Dia 14 de Julho celebra-se o Dia Internacional das Pessoas Não Binárias.
Prepara-te para embarcar numa viagem de curiosidade que irá explorar os segredos, histórias e significados por detrás deste fascinante tema.
A descoberta das pessoas não binárias
O dia internacional das pessoas não binárias celebra o conceito de identidades não binárias. Para aquelas pessoas cujo conceito pode ser algo estranho ou pouco conhecido, as pessoas não binárias sempre existiram! No contexto europeu, o conceito não se reporta apenas a pessoas que se identificam exclusivamente como homem e mulher, mas sim com um conceito que transcende normas de género binário.
Este dia costuma ser marcado por provocações a questões profundas sobre identidade e género. Tenta-se consciencializar a sociedade a quebrar as suas próprias barreiras, a conseguir ver além do seu contexto atual, a visitar outros contextos culturais, históricos e políticos, para perceber que a visão binária que têm do mundo, isso sim é algo recente.
Serve como um lembrete de que a identidade é como uma tapeçaria de diversas fibras, cada uma representando uma parte única à espera de ser explorada.
Podemos revelar-te algumas das sociedades mais antigas e também algumas atuais, onde as pessoas não binárias existiram e existem.
- Hijra – India
- Muxe – México
- Mapuche – Chile
- Dois Espíritos – Povos Indigenas Americanos – No canadá são chamadas de Pessoas de Primeira Nação
Estes são apenas alguns exemplos de povos onde as identidades e diversidades de género são respeitada e valorizadas. Ao contrário do que se passa na Europa onde essas identidades foram apagadas, silenciadas e invisibilizadas da história.
Enquanto que para muitas pessoas, estas identidades não binárias possam parecer estar a infringir as normas de género, na verdade, elas estão de facto a agir de acordo com o que sentem ser a sua identidade.
Vamos agora dar um pulinho nas vibrantes cores da bandeira não binária.
O significado das cores da Bandeira Não Binária
Todas as celebrações têm simbolismos. A bandeira não binária não é exceção.
A bandeira não binária foi criada em 2014 por Kye Rowan.
- a cor amarela representa tudo o que está fora do conceito binário de género
- a cor roxa representa a fluidez e multiplicidades das vivências de género
- a cor branca representa pessoas que se identificam com vários géneros
- a cor preta representa pessoas agénero ou sem género.
O que falta em Portugal?
As pessoas não binárias ainda não são reconhecidas em Portugal, e por esse motivo, continuam a enfrentar maiores dificuldades e desafios.
Portugal ainda não permite o reconhecimento legal de identidades não binárias, até porque para tal teria de resolver o seu problema estrutural: o verdadeiro reconhecimento legal de género.
Portugal não reconhece o género, reconhece o sexo. E como tal, nunca poderá reconhecer identidades não binárias enquanto o reconhecimento legal incidir sobre as características sexuais com que uma pessoa nasce ou “supostamente possui”.
Tal como acontece com as pessoas trans, as pessoas não binárias também não são incluídas em dados estatísticos, o que perpetua a alienação por parte do governo, da realidade vivida por estas pessoas nos vários setores da sua vida: educação, trabalho, saúde, etc.
O que se pretende?
Pretende-se que a sociedade promova maior compreensão, aceitação e respeito pelas identidades e expressões que ultrapassam as suas próprias noções de género, do que é correto, do que deve ser um homem ou uma mulher.
É um convite a desafiar essas noções e conceitos pré-estabelecidos, aprendidos socialmente, e embarcar numa jornada de aprendizagem e crescimento humano.
É um encorajamento à auto-educação sobre o tema de pessoas não binárias, bem como uma oportunidade para abraçar a beleza da diversidade da “tapeçaria” (diversidade) humana.
Na TransParente, envisionamos um futuro onde todas as pessoas possam ser autênticas, possam ser transparentes.